segunda-feira, abril 23, 2007

Interregno

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Há momentos em que tudo se sobrepõe à nossa vontade.
Por motivos imprevistos, terei de fazer um interregno na Encosta do Mar. Espero que seja breve. Sinto a falta de partilhar este espaço com todos os que me têm apoiado com as suas visitas e comentários.
Para todos , deixo um abraço agradecido.

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terça-feira, abril 17, 2007

Entrega os teus lábios ao poema

Foto daqui



Entrega os teus lábios ao poema. Eu nunca serei único
pastor do teu silêncio; verás tresmalhados os meus versos
nas páginas de um dicionário, dispersos por nocturnas
paisagens deserdadas. Falo-te da eternidade, mas sei apenas
que habitamos plataformas movíveis em clivagens ontológicas.

Somos na verdade, realidades imersas numa insónia prolongada
em que coleccionamos coisas obsoletas como cartas de amor.



José Rui Teixeira


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sábado, abril 14, 2007

Gotas de felicidade






O ramo de tulipas, brancas e amarelas, chegado pela manhã, um grito de luz e cor, surpresa vinda da África distante.

O magnífico concerto de Keith Jarrett, gravado em Colónia em 1975, a sonoridade do piano a invadir a casa, a derramar-se pela janela aberta frente ao mar.

As gargalhadas e as palavras pronunciadas, ao telefone, pela voz doce das princesas, promessas de eternidade.

Um livro de Jules Renard com pequenos textos poéticos , metáforas sugestivas sobre o quotidiano dos animais.




Borboleta


Essa carta doce dobrada em dois
procura o endereço de uma flor.





As flores, a música, a poesia, foram oferecidas com o coração e recebidas com a alma a sorrir, foram gestos de ternura que fazem renascer a vida. São pequenas gotas de felicidade que pintaram de azul o meu dia, entre o cinzento dos outros dias.



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quarta-feira, abril 11, 2007

Não sei o que é o tempo...


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Não sei o que é o tempo ou que vantagem
pode haver em suas exactas dimensões,
já que todo o tempo são apenas ilusões
que duram só enquanto dura esta viagem.
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O tempo do relógio é uma miragem,
divide, não o tempo, mas as sensações.
As horas que indica são meras convenções
que não passam além de uma chantagem.
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O tempo verdadeiro é aquele que eu vivo!
Não determinado por nenhum engenho.
Do meu tempo só eu disponho, só eu comando.
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Apenas o final do meu tempo não consigo
decidir no tempo que ainda tenho.
Alguém determinará o dia , a hora... quando!
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Albino Santos
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(Do livro Passos, Traços e Laços)
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Este poema foi-me deixado como comentário ao meu post anterior. Obrigada, Albino, meu amigo Poeta. Leio e partilho a beleza das tuas palavras, enquanto o tempo não me traz uma rua de sonhos.
Para ti, e para todos os que me visitaram durante a minha ausência, que a Primavera continue a florir num renascer de esperança.
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