segunda-feira, maio 07, 2012

Nocturnas portas

Foto de Paul Boomsma


Portas, nocturnas portas , quando o que desejamos é um rasgão luminoso.
O vento da noite.

De olhos cerrados, num autocarro, até me perder. Vazio, indigente, puro, regresso suplicando compaixão. É tarde. O crepúsculo já pronunciou o seu nome e não sei onde fica a minha casa.
Rente aos muros , coração descalço, persigo o vento da noite, o murmúrio de uma voz.



Mário Rui de Oliveira
(in O Vento da Noite )

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