Ondulação
Foto de Karchmarsky
O luar ondula
fluindo e refluindo
para não acabar a maré cheia
nesta praia onde
ponderável eu me encontro indo
- o pensamento em rumos ignorados
e ao sabor dos presságios ...
Em breve, à minha volta no areal,
esperanças, de branco, vaporosas,
chorando alto naufrágios
à vista da magia de seus mundos,
com suas lágrimas,
quais enxadas na terra, poderosas,
cavarão sulcos fundos.
E elas ali se hão-de enterrar
quando o luar fugir ...
Mas com elas enterrarei os meus insultos
à minha nobre angústia de vibrar,
à minha vã desgraça de sentir !
Edmundo de Bettencourt
(in Poemas de Edmundo de Bettencourt)
O luar ondula
fluindo e refluindo
para não acabar a maré cheia
nesta praia onde
ponderável eu me encontro indo
- o pensamento em rumos ignorados
e ao sabor dos presságios ...
Em breve, à minha volta no areal,
esperanças, de branco, vaporosas,
chorando alto naufrágios
à vista da magia de seus mundos,
com suas lágrimas,
quais enxadas na terra, poderosas,
cavarão sulcos fundos.
E elas ali se hão-de enterrar
quando o luar fugir ...
Mas com elas enterrarei os meus insultos
à minha nobre angústia de vibrar,
à minha vã desgraça de sentir !
Edmundo de Bettencourt
(in Poemas de Edmundo de Bettencourt)
4 Comments:
... sentir. a razão antes da razão própria. a verdade primeira. a que existe no fundo de nós. por isso no sentir se sofre (e não no pensar).
obrigada pela partilha,
bj
isabel
Há dias assim
com mares desgrenhados
.
.
. o luar é por si só ondulante .
.
.
O luar entende sempre o nosso coração!...
Beijos!
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