Floriram por engano as rosas bravas
Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno; veio o vento desfolhá-las ...
Em que cismas, meu bem ? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?
Castelos doidos! Tão cedo caíste!...
Onde vamos, alheio pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que num momento
Prescrutaram nos meus, como vão tristes!
E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...
Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor - do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?
Camilo Pessanha
(in Clepsidra e outros poemas )
5 Comments:
Belissimo soneto Dina!...
Beijos,
AL
Muito lindo Ana.
Adoro rosas e estes versos trazem-nos todo o seu cheiro e tranquilidade.
Beijos saudosos.
E sobre nós cai nupcial a neve,
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A poesia toca no que em nós há de mais intímo. E arrasta-nos para a melancolia!
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Que a felicidade possível ande por aí.
Manuel
obrigada pela partilha,
a enconsta tem sido o meu porto de abrigo deste longe aonde escasseia a verdade do verso português
abraço
isabel :)
As flores silvestres
são livres
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