Paraíso
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Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito.
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
David Mourão Ferreira
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito.
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
David Mourão Ferreira
3 Comments:
Acho que foi dos primeiros poemas da policromia e como "não posso" repetir foi um presente de Sexta-Feira fantástico!!!
Que bem que me soube encontrá-lo aqui de manhã!
Querida Ana
Sempre bom aquela melancolia do David...
Um beijo
Daniel
Também estas sensações nos salvam do vazio... Lindo este poema, excelente fotografia.
beijinhos Ana
vento
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