Os amigos
Foto de Ursula
Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.
Herberto Helder
(in Poesia Toda )
....
A todos os amigos da Encosta do Mar, um feliz 2013 !
Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão.
Herberto Helder
(in Poesia Toda )
....
A todos os amigos da Encosta do Mar, um feliz 2013 !
4 Comments:
... e já é tanto
sem palavras para esta escolha.
um amigo, afinal o que será um amigo senão aquele que vem até nós sem pedir licença, e entra em nós de forma tão forte como despretensiosa e natural, e sabe reconhecer pelo olhar a nossa tristeza ou alegria, e aí permanece em silêncio, porque palavra nenhuma cabe no entendimento mútuo em si.
é tão triste não reconhecer esse silêncio nas pessoas que amamos, não sentir reciprocidade na sinceridade do nosso agir.
hoje é preciso pedir licença para viver. não se pode amar já, porque amar é mal visto, é uma fraqueza moral segundo aqueles que o não sabem fazer.
e então os espaços tornam-se asfixiantes, encobertos, estranhos ao entendimento humano de nós, que um dia longe sentimos o eriçar da pele, o rosto corado, o olhar túmido ante "alma gémea" da nossa.
porque agora já nem somos como as pedras, que sempre culpabilizámos de forma injusta. as pedras brilham sob as ondas do mar e nós nem isso.
não entendo porque chegámos ao extremo de não ser nada (de digno) e pensar que tudo isso é normal e correcto. de termos coragem para ensinar uma criança e indicar-lhe um caminho, quando o sabemos tortuoso e abjecto, porque tudo é simples e natural, e o mal está naqueles que o contestam.
na encosta sinto a amizade de pessoas que se não conhecem além da poesia partilhada. aqui reencontro alguma da energia e esperança, que me falham ao largo do dia largo.
muito obrigada (pelo silêncio repleto de palavras),
isabel.
É uma só!
Que fará Toda!
Beijinho para si!
Construímos um lugar de silêncio.
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E com esse silêncio podemos comunicar tanta coisa.
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Que a feluicidade ande por aí.
Manuel
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