sábado, outubro 15, 2005

Árvores


Foto de autor desconhecido



O que tentam dizer as árvores
no seu silêncio lento e nos seus vagos rumores,
o sentido que têm no lugar onde estão,
a reverência, a ressonância, a transparência
e os acentos claros e sombrios de uma frase aérea.
E as sombras e as folhas são a inocência de uma ideia
que entre a água e o espaço se tornou uma leve
integridade.
Sob o mágico sopro da luz são barcos transparentes.
Não sei se é o ar se é o sangue que brota dos seus ramos.
Ouço a espuma finíssima das suas gargantas verdes.
Não estou, nunca estarei longe desta água pura
e destas lâmpadas antigas de obscuras ilhas.
Que pura serenidade da memória, que horizontes
em torno do poço silencioso! É um canto num sono
e o vento e a luz são o hálito de uma criança
que sobre um ramo de árvore abraça o mundo.



António Ramos Rosa

10 Comments:

Blogger Kalinka said...

Que bela imagem...

Que momento tão bem conseguido, por entre a união de árvoes, quase cerrada, «entra aquela luminosidade» tão brilhante...

Era disso que eu também precisava em certos momentos e dias da minha Vida.
Haja Esperança.

Beijos Amiga.

1:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Um poema sobre árvore quase sempre me desarvora.

O Ramos Rosa é um grande poeta. Parabéns pelas leituras - Portugal é imenso como o mar.

5:57 da manhã  
Blogger Conceição Paulino said...

maravilha a foto e o poema k nos trouxeste hoje. Bom f.s. Bjs e ;)

3:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bonita imagem que ilustra bem o poema A. Ramos Rosa. Cumprimentos.

8:03 da tarde  
Blogger Cristina said...

Olá Ana,
Voltei á blogsfera, e dei com esta linda imagem tua....
Infelizmente as árvores aqui já não estão assim, o Outono está mesmo aqui
tem um óptimo fim de semana
beijinhu

9:22 da tarde  
Blogger Morfeu said...

Um Poema muito bonito, a leitura na Natureza dos sentimentos da Vida..."inocências de uma ideia"
Um beijo e um bom fim-de-semana.

12:52 da manhã  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ana
Sempre tentei falar com as árvores...
Um beijo
Daniel

4:30 da tarde  
Blogger lique said...

Este é um dos poemas de António Ramos Rosa de que mais gosto. Talvez porque me traz exactamente a incrível serenidade que as árvores nos transmitem. Beijinhos, Ana

6:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

árvores ... tan mágicos, tan hermosos. Un abrazo desde Barcelona.
COMELLA FIRMET
http://guallavitoclub.blogia.com

9:18 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

belissima foto que ilustra perfeitamente este poema, talvez o que mais gosto do Antonio Ramos Rosa

11:41 da manhã  

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