Abril
Almond Blossom ( Van Gogh)
Quando em Abril os doces aguaceiros caem
E até às raízes a seca de Março penetram,
E todas as veias são banhadas por um licor
Tão poderoso que até engendra a flor,
Quando também Zéfiro que docemente respira
Exala em cada arvoredo e urze uma brisa
Sobre os rebentos delicados, e o sol de tenra idade
Do signo de Carneiro já percorreu metade,
E as pequenas aves fazem concertos
Passando as noites de olhos abertos
(Assim a Natureza as incita e a tal compromete os seus corações)
Então as gentes anseiam por sair em peregrinações
E os romeiros por encontrar os lugares remotos
De santos distantes, que em muitas terras encontram devotos,
E especialmente dos confins de cada condado
Da Inglaterra, até à Cantuária têm chegado
Para procurarem o mártir e bem-aventurado santo, tão diligente
A prestar-lhes auxílio quando estiveram doentes.
Geoffrey Chaucer
(in Contos de Cantuária)
tradução de Cecília Rego Pinheiro
Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro
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Quando em Abril os doces aguaceiros caem
E até às raízes a seca de Março penetram,
E todas as veias são banhadas por um licor
Tão poderoso que até engendra a flor,
Quando também Zéfiro que docemente respira
Exala em cada arvoredo e urze uma brisa
Sobre os rebentos delicados, e o sol de tenra idade
Do signo de Carneiro já percorreu metade,
E as pequenas aves fazem concertos
Passando as noites de olhos abertos
(Assim a Natureza as incita e a tal compromete os seus corações)
Então as gentes anseiam por sair em peregrinações
E os romeiros por encontrar os lugares remotos
De santos distantes, que em muitas terras encontram devotos,
E especialmente dos confins de cada condado
Da Inglaterra, até à Cantuária têm chegado
Para procurarem o mártir e bem-aventurado santo, tão diligente
A prestar-lhes auxílio quando estiveram doentes.
Geoffrey Chaucer
(in Contos de Cantuária)
tradução de Cecília Rego Pinheiro
Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro
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11 Comments:
*
neste poema
anda o polen no ar,
o cheiro a flora
no ar que zéfiro respirou,
e respira
no olimpo, no eden,
um floriano zéfiro
uma zéfiroana flora
uma só primavera
num van gogh . . . a dois . . .
,
conchinas em aris, o meu,
,
*
este tempo de renovação de abril de sol suave renova também o tempo de poesia... Bonita inspiração.
Beijos.
Que excelente escolha minha querida amiga!
Abril e a Primavera são tempos de poesia, de vida, de recomeços..
Beijinhos minha querida amiga
é tempo de renascimentos.....
Excelente o quadro de van gogh que escolheste.
Beijinhos, Ana
Tens razão: nem decretos nem avaliações e fez-se tanta coisa e tanta actividade e havia colaboração e ninguém andava a ver quem ficava na escola e quem não ficava e as horas fora do horário e tal... mas mudam-se os tempos...
Pois é um prazer ver-te por lá por qualquer dos sítios.
Beijos.
Ana, ao acabar de ler o livro que tenho entre mãos, não pude deixar de pensar em ti - o livro desenrola-se em Barcelona. Na Barcelona doutro tempo, ma nela. Um livro que recomendo e estive a reler. Descobri-o há aí uns dois anos - Na Sombra do Vento de Zafron.
poeta em que se vai entranhando em cada verso, em cada imagem, e então, me descubro saindo de março e descobrindo abril. Belíssimo. (o livro recomnedado no comentário anterior, é realmente excelente. vale a pena. estive com em fins do ano passado e largá-lo foi difícil.) beijo, Ana e feliz fim de semana.
Este comentário foi removido pelo autor.
tanto abrigo neste poema... tantO
~
Ana,
tempo de Abril, de flores de sol e, também virão as águas mil?
É que a tradição já não é mesmo, aquilo que era...:)
Beijos
Amiga da Encosta mais bonita que conheço, agradeço-te este cheirinho doce da Primavera, das chuvas de Abril, mês de águas mil, das árvores em floração, dos aromas que nos fazem sonhar.
Beijinhosssss mil
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