quinta-feira, maio 14, 2009

As casas

Pintura de Maluda



As casas vieram de noite
De manhã são casas
À noite estendem os braços para o alto
fumegam vão partir

Fecham os olhos
percorrem grandes distâncias
como nuvens ou navios

As casas fluem de noite
sob a maré dos rios

São altamente mais dóceis
que as crianças
Dentro do estuque se fecham
pensativas

Tentam falar bem claro
no silêncio
com sua voz de telhas inclinadas



Luiza Neto Jorge
(in Terra Imóvel)

.

13 Comments:

Blogger Maria said...

Escolheste dois Nomes Maiores da nossa cultura para este post.
E que belo ficou!
Obrigada, Ana.

Beijinho

11:45 da manhã  
Blogger Pedro Branco said...

Gosto de pensar nas casas e nas pessoas que as transformam em lares. Boas escolhas.

1:11 da tarde  
Blogger Mare Liberum said...

Um belo poema da Luiza! Maravilhoso! Conheci-a no Algarve, na Fuseta, com o Zeca Afonso. A Maluda também estive com ela, algumas vezes, aqui bem perto, na mesma esplanada. Tem laços familiares com gente da minha terra.
Excelente conjunto, Ana!

Beijinhos para a encosta amiga.

Bem-hajas!

4:38 da tarde  
Blogger PAS[Ç]SOS said...

Subo a uma colina [de Lisboa naturalmente] e olho as casas por cima dos seus telhados. Escorrego pelas suas telhas. De olhos fechados mergulho no rio. E penso para mim mesmo: ‘Os telhados de Lisboa chamarão sempre por Maluda!’

5:10 da tarde  
Blogger tecas said...

Excelente escolha.Um doce ler...um terno...

11:21 da tarde  
Blogger Memória transparente said...

Lindo poema da Luiza Neto Jorge.

8:06 da manhã  
Blogger PreDatado said...

Interessante poema que da vida às casas.

10:12 da manhã  
Blogger Porcelain said...

Agrada-me o isolamento e o silêncio que as paredes e os telhados das casas proporcionam... :)

Magnífico post... magnífico em palavras e magnífico em imagem...

Beijinhos!!

6:53 da tarde  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ana
Da pintura à poesia... as casas sentem-se.
Um beijo
Daniel

10:54 da manhã  
Blogger . intemporal . said...

bel.íssima a ovação a maluda aqui.

sublimes as casas que há noite se erguem para o céu.

a____m____e____I

e saio. sentido.

íssimo beijo meu.

5:47 da tarde  
Blogger AnaMar (pseudónimo) said...

Escolha comovente.
Casa em lares, telhados de Lisboa com olhar sempre para o Tejo. Qualquer que seja o lugar.
Bj

7:25 da tarde  
Blogger pico minha ilha said...

Um abraço com carinho.Estou com pouco tempo mas tudo voltará ao normal.Beijinhos

12:05 da manhã  
Blogger poetaeusou . . . said...

*
Maluda
cheirando a Amália,
nas telas
dos poemas de Luiza,
,
conchinhas floridas, deixo,
,
*

9:34 da tarde  

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