As casas
Pintura de Maluda
As casas vieram de noite
De manhã são casas
À noite estendem os braços para o alto
fumegam vão partir
Fecham os olhos
percorrem grandes distâncias
como nuvens ou navios
As casas fluem de noite
sob a maré dos rios
São altamente mais dóceis
que as crianças
Dentro do estuque se fecham
pensativas
Tentam falar bem claro
no silêncio
com sua voz de telhas inclinadas
Luiza Neto Jorge
(in Terra Imóvel)
.
13 Comments:
Escolheste dois Nomes Maiores da nossa cultura para este post.
E que belo ficou!
Obrigada, Ana.
Beijinho
Gosto de pensar nas casas e nas pessoas que as transformam em lares. Boas escolhas.
Um belo poema da Luiza! Maravilhoso! Conheci-a no Algarve, na Fuseta, com o Zeca Afonso. A Maluda também estive com ela, algumas vezes, aqui bem perto, na mesma esplanada. Tem laços familiares com gente da minha terra.
Excelente conjunto, Ana!
Beijinhos para a encosta amiga.
Bem-hajas!
Subo a uma colina [de Lisboa naturalmente] e olho as casas por cima dos seus telhados. Escorrego pelas suas telhas. De olhos fechados mergulho no rio. E penso para mim mesmo: ‘Os telhados de Lisboa chamarão sempre por Maluda!’
Excelente escolha.Um doce ler...um terno...
Lindo poema da Luiza Neto Jorge.
Interessante poema que da vida às casas.
Agrada-me o isolamento e o silêncio que as paredes e os telhados das casas proporcionam... :)
Magnífico post... magnífico em palavras e magnífico em imagem...
Beijinhos!!
Querida Ana
Da pintura à poesia... as casas sentem-se.
Um beijo
Daniel
bel.íssima a ovação a maluda aqui.
sublimes as casas que há noite se erguem para o céu.
a____m____e____I
e saio. sentido.
íssimo beijo meu.
Escolha comovente.
Casa em lares, telhados de Lisboa com olhar sempre para o Tejo. Qualquer que seja o lugar.
Bj
Um abraço com carinho.Estou com pouco tempo mas tudo voltará ao normal.Beijinhos
*
Maluda
cheirando a Amália,
nas telas
dos poemas de Luiza,
,
conchinhas floridas, deixo,
,
*
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