quarta-feira, abril 22, 2009

Em estado puro



Numa das esculturas de Giacometti, tocadas ainda de fogo, um homem caminha, em movimento solitário e eterno. Não sabemos se entra, se sai da morte, mas conseguimos reconhecer, na nobreza do cobre, a própria condição humana. Como benção ou danação, o escultor devolve-nos a vida em estado puro.

Viver é também isso. Percorrer um campo de anémonas, quase com vergonha do que trazemos escondido, na mão.



Mário Rui de Oliveira
(in O Vento da Noite)

.

16 Comments:

Blogger Mare Liberum said...

Um post muito bonito. Faz-nos falta recuar ou avançar para um outro tipo de vida. Mais honesto, mais igualitário, mais solidário.

Se fosse possível voltar a um estado puro!

Bem-hajas!

Beijinhos

6:33 da manhã  
Blogger Amaral said...

Viver é isso... também?...
Neste dia mundial do planeta, não sei o que podemos trazer escondido na mão que seja importante para solucionar tantos problemas...
O homem, no seu caminhar solitário e eterno, está a ser muito mázinho para o planeta que o abriga e lhe dá as condições ideais para viver em paz e harmonia...
Só voltando a um estado puro!...

10:19 da manhã  
Blogger Ana Echabe said...

Sábio Giacometti!
Representar o homem com uma pequena cabeça é dizer que somos ainda infantis. Quando coloca suas mãos no bolso, aff! Grita alto o egoísmo humano, porem quando alonga em demasia os membros inferiores, é como se disse, “ok ainda temos uma caminhada para crescermos e mudar as atitudes”.
Outro detalhe sobre esta escultura, este também tem por significado a humildade.

É linda esta escultura!
Como sempre você
Com ótimos temas,
Poemas, imagens.
Com isto só te desejando
Uma semana ensolarada em vc.
Beijinhos.

2:50 da tarde  
Blogger M.A. said...

Este comentário foi removido pelo autor.

5:26 da tarde  
Blogger Maria Azenha said...

tão belo, Ana1

beijos,
mariah

9:52 da manhã  
Blogger M.A. said...

...se fui atirada contra a luz do deserto,
é porque no fundo de mim também brilham
as trevas...

10:59 da manhã  
Blogger vieira calado said...

Recordar, mesmo que seja em mármore ou bronze, também é viver.

Bjs

3:18 da tarde  
Blogger poetaeusou . . . said...

*
a pureza dos pés
bem assentes no chão,
deduzi . . .
,
conchinhas,
,
*

3:21 da tarde  
Blogger MARIPA said...

Um texto "Em estado puro" como sempre encontro nesta "Encosta do mar".
Aqui vive-se.

Beijinho,Ana.

12:24 da manhã  
Blogger De Amor e de Terra said...

Belíssimo;Giacometti afinal era sábio!
Um beijo e Obrigada pela partilha.

Maria Mamede

11:02 da manhã  
Blogger firmina12 said...

assino novalis, e voltei

10:52 da tarde  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ana
A arte exprime o que alguém sente, assim como tudo o que todos sentem quando dela desfrutam.
Se adivinhassem o que cada poema meu às vezes transmite... é sempre muito mais e mais profundo do que se imagina, porque toda a palavra é simbólica.
Um beijo
Daniel

12:18 da manhã  
Blogger A.S. said...

Olá Ana...
Os teus textos deixam sempre algo para reflectir. Preenchem sempre algum vazio que sentimos dentro de nós...

http://mgmnovo1.multiply.com/

(Vai a este link. parece que se vai realizar um encontro de toda a gente de Moçambique. Vai ver!)


Beijos...

4:21 da tarde  
Blogger hfm said...

Giacometti na pureza dos seus alongamentos leva-nos sempre na projecção de qualquer coisa, de alguém, de um para lá de...

Belo post!

4:23 da tarde  
Blogger Guilherme F. said...

Regresso para (re)descobrir o teu cantinho de sentimentos. Giacometti é também o gesto parado no tempo. O que passou; o que vai chegar.
Gostei de regressar.
bj
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt

6:33 da tarde  
Blogger © Maria Manuel said...

viver é um caminho solitário.

gosto muito dessa escultura.

10:02 da manhã  

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