Sabedoria
Starry night de Van Gogh
aqui
Desde que tudo me cansa,
Comecei eu a viver.
Comecei a viver sem esperança...
E venha a morte quando
Deus quiser.
Dantes, ou muito ou pouco,
Sempre esperara:
Às vezes, tanto, que o meu sonho louco
Voava das estrelas à mais rara;
Outras, tão pouco,
Que ninguém mais com tal se conformara.
Hoje, é que nada espero.
Para quê, esperar?
Sei que já nada é meu senão se o não tiver;
Se quero, é só enquanto apenas quero;
Só de longe, e secreto, é que inda posso amar.
E venha a morte quando Deus quiser.
Mas, com isto, que têm as estrelas?
Continuam brilhando, altas e belas.
José Régio
9 Comments:
O poema é intenso, revela algum desânimo, quiçá revolta e inquietação pela morte. Mas destaca a poesia das estrelas que anunciam vida eterna :)
nota: criei um atalho no meu blog para espreitar a encosta do mar e o seu horizonte. Bjs
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adorei aqui chegar...
vim "namorando o horizonte"...e quando me encontrei estava aqui..
gostei do que li....
gostei porque me fez sorrir...
continua...
É sempre bom visitar-te.
Mas devemos esperar...que somos nós sem esperança...seres que aguardam passivamente a Morte?
Gosto de Régio.
Jinho, BShell
Cansaço. Lutarei, apesar. Lutarei, porque. As estrelas. O dentro do brilho.
Magnifico.
Beijinhos
vento
As estrelas continuam brilhando, sim... e acredita q é no meio do cansaço q as conseguimos encontrar mais brilhantes...
Como sempre gostei tanto!
Um beijinho
Olá, Ana.
Deixo um abraço.
Pedro Camargos
Um poema muito belo, muito desencantado Mas com a constatação de que o universo aí continua, com a sua beleza quase indiferente ao nosso cansaço e desilusão. As estrelas brilham, sempre. Beijinhos, Ana
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