Ode pagã
Foto de Miguel Costa aqui
Viver! - O corpo nu, a saltar, a correr
Numa praia deserta, ou rolando na areia,
Rolando, até ao mar... ( que importa o que a alma anseia?)
Isto sim, é viver!
O Paraíso é nosso e está na terra. Nós
É que temos olhar velado de incerteza;
E julgamos ouvir a voz da Natureza
Ouvindo a nossa voz.
Ilusões! O triunfo, o amor, a poesia...
Não merecem, sequer, um dia à beira-mar
Vivido plenamente, - a sorver, a beijar
O vento e a maresia.
Viver é estar assim, a fronte ao céu erguida,
Os membros livres, as narinas dilatadas;
Com toda a Natureza, em espírito, as mãos dadas
- O resto não é vida.
Que venha , pois, a brisa e me trespasse a pele,
Para melhor poder compreendê-la e amá-la!
Que a voz do mar me chame e ouvindo a sua fala,
Eu vá e seja dele!
Que o sol penetre bem na minha carne e a deixe
Queimada para sempre! As ondas, uma a uma,
Rebentem no meu corpo e eu fique, ébrio de espuma,
Contente como um peixe!
Carlos Queirós
6 Comments:
A interacção do Homem com a Natureza aqui tão bem espelhada... e a imagem é linda!
Um beijinho, amiga, é sempre tão bom vir aqui...
Beijinho
Olá, Ana
Bonito blog... uma homenagem permanente aos nossos poetas.
Um beijo
Daniel
A vida real a sobrepôr-se à poesia. A natureza, paraíso real. Obrigada pelo carinho expresso no meu blog. Beijinhos, Ana.
Um poema em que os acordes do mar são as cordas da vida.
beijinhos
vento
SOBERBO!
POEMA E IMAGEM!!!!!!!!!
ESCOLHAS DE *SENSIBILIDADE A FLOR DA ALMA*!!!!!!!
BEIJINHO E SAUDADE!
Sua Amiga,
Heloisa.
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Perdoe chegar sem ser convidada. Li teu comentário em um blog amigo e vim te conhecer. Adorei o poema! Voltarei outras vezes se me permitires. Beijos made in brasil.
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