terça-feira, novembro 08, 2005

Os dois sonetos de amor da hora triste


Foto de Vertigo aqui


II

Não um adeus distante
Ou um adeus de quem não torna cá,
Nem espera tornar. Um adeus de até já,
Como a alguém que se espera a cada instante.

Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar
De novo para ti, no mesmo barco
Sem remos e sem velas, pelo charco
Azul do céu, cansado de lá estar.

E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.
E não quero que chores para fora,
Amor, que tu bem sabes que quem chora

Assim, mente. E, se quiseres partir e o coração
To peça, diz-mo. A travessia é longa... Não atino
Talvez na rota. Que nos importa , aos dois, ir sem destino?


Álvaro Feijó


(Coloquei apenas o segundo soneto, por achar o primeiro, além de belo, extremamente triste)

13 Comments:

Blogger Kalinka said...

ANA:
A imagem é linda...
Pena tenho que não tenhas colocado o primeiro soneto, pois a poesia tem a sua beleza até na tristeza...acredita!

Um adeus de até já, foi o que eu te disse no sábado...!!!
Como a alguém que se espera a cada instante...pois não esperavas, foi surpresa, mas foi como se estivesses à minha espera, ADOREI.

Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar...
Desta vez fui a 1ª pessoa a comentar, pois só a esta hora aqui posso vir...mas ñ tenho tido tempo para o «meu cantinho».
Beijokas Amiga.

12:33 da manhã  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ana
Realmente a chave do soneto diz tudo, belíssimo.
Um beijo
Daniel

11:19 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Sem destino?... ou percorrendo as rotas da alma e passear pelos seus recantos de névoa...

Belíssimo poema Ana
Beijinhos

mÁRio

11:52 da manhã  
Blogger SL said...

Passei e gostei...
Jinho

6:50 da tarde  
Blogger Cristina said...

Ana,
Muito lindo mesmo.
Adoro todos os poemas que aqui colocas, e sabes escolher muito bem as imagens para condizerem
:)
beijinhuu

2:44 da manhã  
Blogger jacky said...

Sempre muito bom gosto, Ana :)

9:11 da manhã  
Blogger SL said...

Amei Braga e o café Vienna tem uma magia muito própria... foi onde me senti mais perto de casa, mesmo que o mar fizesse muita falta por perto...
Jinhos

9:27 da manhã  
Blogger deep said...

obrigado pela descoberta..

1:59 da tarde  
Blogger JPD said...

Não conhecia o Álvaro Feijó.
O poema é muito bonito e por essa razão fiquei muito satisfeito pela visita aqui ao teu blog...tambem, e muito, ao meu.
Bjs, Ana

10:57 da tarde  
Blogger DT said...

Querida Ana,

Este é deveras lindo! Mas gostava de ler o outro. Pessoalmente, vejo beleza na tristeza.

Bjs

2:01 da manhã  
Blogger Morfeu said...

Muito bonito, mas o Adeus é sempre triste, a visão da ausência no futuro consome o nosso Amor...sempre.
Um beijo

10:38 da tarde  
Blogger Catharina said...

Sempre foi o meu poema, as minhas palavras, de eleição.
Parabéns pelo gosto...
não deixa de ser nunca fascinante encontrar "um adeus de até já" do nosso navegante marco polo por aí ..
bacci *

11:10 da tarde  
Anonymous Renan said...

Ah, esse poema é o meu preferido, é muito bonito.
Pena que não tenha nesse blog o 1º soneto, que quão bonito é.

8:39 da tarde  

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