As palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
.
10 Comments:
Lindíssimo poema, minha querida Ana! Eugénio de Andrade, exímio poeta! As palavras deveriam ser sempre como a água pura e cristalina que brota da encosta e corre em direcção ao mar. Infelizmente, o sentido de quem as profere é que as pode transformar em punhais ou em seda da mais fina e delicada. Aqui encontro-as sempre doces, sempre tecidas com as fibras do teu coração. Beijinhos, muitos, na encosta, nesta manhá de sol, coma a vista de mar. Tem uma boa semana.
...singelas as palavras no desejo de uma doce semana para ti....e o pretexto de Eugénio é sempre um prazer
Boa semana! Carpe diem!
Beijinhos embrulhados em abraços.
Eu estou exatamente reolhendo palavras neste instante...
"Há palavras que beijam como se tivessem boca"
Quando a melodia das sílabas nos estremece a alma!...
Um terno beijo Ana!
Olá Ana
Belas palavras para serem lidas nesta encosta virada ao mar.
Desejo-te o melhor da vida!
Um abraço
PS: Quando quiseres podes linkar eu já o fiz sem pedir licença :)
As palavras podem ser tudo o que nós quisermos...
Belo poema de Eugénio de Andrade.
Um Beijo em Silêncio
belo poema Ana,
As palavras dizem tanto, e por vezes não dizem nada...
Um beijinhu
Um dos meus preferidos!
Que bomm reencontrar-te Ana:)
Bjs
Raquel
Nunca é tarde para sonhar.
Bom fim de semana.
Beijinhos embrulhados em abraços!
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