quarta-feira, janeiro 09, 2008

Idades




No início,
eu queria um instante.
A flor.

Depois,
nem a eternidade me bastava.
E desejava a vertigem
do incêndio partilhado.
O fruto.

Agora,
quero apenas
o que havia antes de haver vida.
A semente.



Mia Couto
(in idades, cidades, divindades)




Poema que o Natal me trouxe. Obrigada, Alex.


.

10 Comments:

Blogger Maria said...

Acabei de ler há pouco tempo este livro do Mia Couto. Que me ofereci há um mês, mais ou menos......
Excelente.
Obrigada, Ana.
Beijos

3:29 da manhã  
Blogger Kalinka said...

Os únicos bens duráveis, imutáveis e sem preço, são o afecto e a solidariedade que se sentem pelas pessoas queridas...

Amiga Ana
Mia Couto - SEMPRE.
Obrigado.

Um abraço cheio de Esperança.

8:36 da manhã  
Blogger hfm said...

Da sabedoria que, às vezes, se ganha com a idade. Sempre as incontornáveis palavras poéticas de Mia.

12:47 da tarde  
Blogger Amaral said...

A semente que dá a vida, a eternidade, o instante!...
Um poema simples e belo, como são todas as coisas simples...

5:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

nossa, esse eh daqueles simples, porem perfeitos. queria te-lo escrito. senti e apreendi cada palavra. esse eh pra ser degustado sempre. serio.
bjs

12:16 da manhã  
Blogger © Maria Manuel said...

um poema lindíssimo.

9:15 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Todas as coisas belas podem ser simples o contário talvez não...

10:25 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Mia Couto, 2008 começa rico e belo. Um presente e tanto. Obrigado, Ana. (Estou de férias, logo retorno; agora de passagem). Beijo. E, ainda que atrasado, 2008 pleno de alegria e paz.

12:03 da tarde  
Blogger poetaeusou . . . said...

*
as sementes,
de,
mia couto,
que bom seria,
se as fizesse-mos germinar,
,
xi
*

2:20 da tarde  
Blogger APC said...

Linda prenda Ana. Que mereces minha querida amiga. Pudera eu, ou soubera eu e escreveria poemas para ti. mas não sei.
Beijitos

5:43 da tarde  

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