Escrevo-te onde a luz é feita de papoilas
Escrevo-te onde a luz é feita de papoilas.
Clareiras onde pássaros
piam ecos coagulados.
Memórias transpiradas,
em vozes que desaguam no teu silêncio,
e o teu corpo forma-se no ar,
tecido de nuvens.
Sinto-te nas frágeis linhas
da tua ausência.
Sou margem do rio onde a tua poeira
se mistura com a fúria da sílabas.
Descubro o teu rosto e escrevo-te
na folhagem das nuvens
onde os corpos são
formas de vento.
Maria Sousa
( Maria Sousa escreve como Lebre do Arrozal no blogue There's only 1 alice )
.