A casa onde às vezes regresso é tão distante
Foto de Dave Nitsche
(www.onexposure.net)
A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos
Durmo no mar, durmo ao lado de meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo
Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração
José Tolentino Mendonça
(in A que distância deixaste o coração )
.
13 Comments:
Belo!
Às vezes nem nos damos conta de como corre o tempo...
Um beijo
É bom falarmos sempre o quanto amamos, ou o quanto somos felizes por termos a companhia de quem amamos. Ainda assim, sempre que nos despedimos fica uma estranha sensação de que poderiamos ter dito mais. A distancia,por vezes é um sem endereço.
É lindo e toca profundamente.
Bjs
Um poeta conhecido e um dos seus bonitos poemas. Um sujeito poético desanimado mas que, segundo me parece, ainda estaria estaria disposto a entregar o coração àquele (a) que ama.
Mas o tempo passa tão depressa!
Beijinhos
Bem-hajas por me teres trazido o mar. Mais uma vez!
Como eu gosto deste poema.
Já regressei e em breve, depois de tudo arrumado, falarei da viagem do que escrevi e desenhei. É bom voltar a esta casa.
simplesmente "a metáfora do coração"
mágico e fundo1
Beijo
mariah
A poesia desperta sorrisos e chama o bem-estar...
Como esta que adormece o tempo e olha para trás, para onde a chuva não pára, para onde a noite se abate... já sem tempo...
Ana a poesía fai rexurdir igual que o salitre do mar...
Beijos para ti e saudades da túa costa.
:)
Deixo que a água me procure
Sentado junto da praia
Rebentam ondas à minha frente
E beijos de sal na minha cara
Escolha espectacular. Poema e imagem.
deixo que a água me procure
sentado junto da praia
rebentam ondas à minha frente
e beijos de sal na minha cara
Poema e fotografia excelente.
*
belo post, ana,
,
um grande
poeta madeirense,
,
Ouve o que diz a mulher vestida de sol
quando caminha no cimo das árvores
«a que distância deixaste o coração?»
,
In- Tolentino Mendonça
,
Solarengas conchinhas,
,
*
Ana,
A imensidão do mar, a profundidade das emoções, a palavra exacta na alma do poema!...
Um beijo...
do coração
do céu
[tombam
pérolas]
a casa....o tempo...a passagem dele....a vida é a casa. beijo, Ana.
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