Sobre o lado esquerdo
De vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinos, dos cristais. E então, das duas uma : partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável.
No segundo caso, o homem que não dorme pensa:
" o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e assim, deslocando todo o peso do sangue sobre a metade mais gasta do meu corpo, esmagar o coração".
Carlos de Oliveira
(in Trabalho Poético)
.
14 Comments:
interessante texto, Ana.
eu diria que a fragilidade do nosso coração suporta muitas coisas, insónias, dores,...
um beijo.
Bom Dia ...
Quase sempre a parte mais frágil, o corpo do instrumento, fica apoiado ao nosso, do lado esquerdo, então, quando a corda arrebenta é no coração que ela bate.
Somos sempre sentimento e por muitas vezes vibrados em Sol, 4 / 4 mas ainda não sabemos compor uma Bossa Nova.
Bjs Ana e uma semana cheia de Sol e Lua, dourada em prata.
Sem palavras para comentar o perfeito...
Bji querida Ana e uma boa semana
Por isso o melhor é dormir sempre sobre o lado direito...
Magnífico texto.
Bj
"esmagar o coração"... quanto não se poderia escrever à volta deste tema.
Como foi bom encontrar aqui Carlos de Oliveira.
E como apetece às vezes esmagar o coração...
Ana, as tuas escolhas são sempre tão refinadas e subtis, tal como como a imagem que tenho de ti.
Uns excelentes feriados na encosta do teu mar, onde decerto florescem as ondas repetidas...
Beijinho.
dá que pensar e sentir este texto... documento poético!
- inSónia...
abraço
Tenhamos insónias deitados sobre o lado direito... insónias de felicidade e gratidão pelo magnífico presente que é termos coração, já que ele nos permite sentir aquilo que de mais magnífico pode existir: o amor...
Beijinhos!
Os meus silêncios gritam marés à solta. Em praias desertas no meio dos olhares dos Homens. São passos firmes entre chagas e calores. Entre fogos e amores por onde os meus sonhos deslizam embriagados e solitários... Cada olhar. Cada mão. Cada cantar. Cada eterna inquietação dos meus silêncios morre-me por entre a pele de cheirar a viagens. São fontes puras e frescas à deriva no meu peito. São as cores das peregrinações perdidas nas imagens das flores. As noites que se estendem sobre o leito vazio. O espelho da lua pousado sobre mim. E tudo permanece enfim outra vez novamente. Entre a máscara e o embrião...
esmaga
dor
agora tenho o meu coração inteiro, por fim,
[ no peito part
ilhado, nas mãos :)
muito belo o texto, mui-to!
beijo
~
lind.íssimo.
ampla.mente assertivo.
gostei. muito.
. um beijo, Ana.
. um bom fim de semana.
Olá Querida Ana,
Carlos de Oliveira escreve de sentimentos maravilhosamente. Optima escolha, muito bonitas são estas palavras, juntas são reveladoras.
Bjs Lusitanos,
Ed.G
Um dos textos que mais gosto. Foi bom encontrá-lo aqui.
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