quarta-feira, setembro 23, 2009

H



Sei que dez anos nos separam de pedras
e raízes nos ouvidos

e ver-te, ó menina do quarto vermelho,
era ver a tua bondade, o teu olhar terno
de Borboleta no Infinito

e toda essa sucessão de pontos vermelhos no espaço
em que tu eras uma estrela que caiu
e incendiou a terra

lá longe numa fonte cheia de fogos-fátuos.



António Maria Lisboa
(in Ossóptico e outros Poemas)




" O Poeta precisamente só o será quando a sua imaginação for além da imaginação do universo"


.

11 Comments:

Blogger Maria said...

As cores quentes de Miró ficam bem nas palavras tão especiais de António Maria Lisboa.
(e por isso há tão poucos poetas...) :)

Beijo, Ana

2:57 da manhã  
Blogger © Maria Manuel said...

uma nostalgia linda, encantatória, nas palavras de António Maria Lisboa.

gosto muito dessa tela de Miró.

um beijo, Ana.

12:29 da tarde  
Blogger Maré Viva said...

Quem dera pudéssemos um dia ser a estrela que ao cair incendiasse a terra...e não só.

Um abraço.

9:01 da tarde  
Blogger Ana Echabe said...

Em mim passaram se meses...
quando olhei o céu e pensava ser à estrela
incandescida,
era a eternidade que cruzara o céu
em meus olhos
mas o sonho era só meu
ela era uma cigarra
eu, uma lagarta
ou seria o contrario...

Bjinhos e um final de semana em Si Maior, a primavera.

3:02 da tarde  
Blogger MARIPA said...

Seduziram-me as palavras

"...o teu olhar terno de Borboleta no Infinito..."
e
a tela de Miró.

Beijinho,Ana.

12:57 da manhã  
Blogger ~pi said...

belo

como

o

princípio

do

mundo,





beijo






~

5:49 da tarde  
Blogger . intemporal . said...

. o poema é sempre o beijo de dentro .

. na realização do sonho que se transcreve .

. um beijo, sentido .

6:43 da tarde  
Blogger Carlos Machado Acabado said...

Sou um 'devoto' (se devoto sou naturalmente capaz de ser de algo...) de Miró (é tão difícil ser fácil, tão complexo ser simples!...)

...e de António Maria Lisboa (a propósito de quem se disseram 'coisas' como (a) não ter ele realmente existido) e/ou (b) ser/ter sido uma completa "invenção" do Cesariny...

Para alguém "inexistente" a verdade é que deixou um espólio poético e conceptivo assinalável, sob muitos aspectos, até revolucionário...

Quanto a Miró...é... MIRÓ e pronto!...

Uma certa Espanha e uma certa ideia de Espanha: de uma Espanha que se pensava---o que não é dizer pouco...

É bom reencontrá-los aqui, a um e a outro, na delicada e variada "encosta" onde se revêem todos os dias Amigos como estes!...

Um beijinho!

6:34 da tarde  
Blogger Mare Liberum said...

Vim deixar-te um beijo e um abraço. Passar por aqui é obrigatório. Vejo o mar e leio poesia.



Bem-hajas!

5:22 da tarde  
Blogger . intemporal . said...

. sei também que alguns dias me separam do comentário anterior .

. :))) .

. deixo um beijo abraçado, sempre .

9:37 da tarde  
Blogger Spiritual said...

Devia ser uma menina muito especial, essa... como todos nós, mas talvez essa menina tivesse a noção de que cada ser humano é único e muito especial... e começasse a praticar essa mesma teoria por ela mesma... digo eu :)

O poeta... não deixa de ser pequeno como todos os outros... a diferença é que não pode ou não consegue contentar-se com essa pequenez... e quer crescer, crescer... :) Ou é simplesmente arrastado pela sua imaginação para crescer, crescer... o poeta pode ser uma alma sofredora... mas é uma alma abençoada... :)

8:47 da tarde  

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