Por alguns dias
Foto retirada da net
Se conseguirmos, ao acordar,
Desejar que a noite não tivesse acontecido
E sair da cama no primeiro impulso
Ignorando o sussurro do sangue e a fermentação
Do jantar da véspera,
Desistindo de prever ou conjurar alternativas,
Então sem vergonha poderemos
Retomar o embaraçoso hábito de viver
- por alguns dias
José Alberto Oliveira
(in Por Alguns Dias)
.
Se conseguirmos, ao acordar,
Desejar que a noite não tivesse acontecido
E sair da cama no primeiro impulso
Ignorando o sussurro do sangue e a fermentação
Do jantar da véspera,
Desistindo de prever ou conjurar alternativas,
Então sem vergonha poderemos
Retomar o embaraçoso hábito de viver
- por alguns dias
José Alberto Oliveira
(in Por Alguns Dias)
.
13 Comments:
adorei passar por aqui...
(www.minha-gaveta.blogspot.com)
E a vida passa tão rapidamente. Urge "retomar o embaraçoso hábito de viver" ainda que "por alguns dias".
Beijinhos
Bem-hajas!
Muuuuito depressivo, não?...
Por instantes, lendo textos como este, tem-se a estranhíssima impressão de regressar a um Portugal baço, completamente bloqueado e sem saída que foi o que vigorou até Abril de 1974...
...Um Portugal cujo principal atributo era ter estradas que conduziam às respectivas fronteiras...
Porque cá dentro abafava-se, sufocava-se, ia-se morrendo devagarinho, aos poucos, ideia a ideia, projecto a projecto, esperança a esperança...
Depois, houve uma janela (que desgraçadamente voltámos a fechar sem praticamente olhar para fora...) e agora.. trinta e poucos anos volvidos... "isto"!
Como perguntam certos Pais incapazes de perceber por que falharam na educação dos filhos apenas ocorre perguntar: "God! Where did we go wrong"??!!
Where-EVER indeed, Oh, Lord??!!
Saudações cordiais à anfitriã!
Muito bem construído, mas realmente um bocadinho depressivo.
O viver no verdadeiro sentido da vida não pode ser hábito, nem embaraçoso.
Viver será aliás tudo o que ultrapassa o "hábito de viver" e conseguimos fazer nos intervalos da vida comezinha, o que gostamos e sentimos intensamente e nos dá tanto prazer, não o prazer do aturdimento porque esse também não é vida, mas o prazer que nos vem dos impulsos mais profundos da alma, aquele que nos leva ao encontro de nós mesmos e que temos a obrigação de procurar a todo o momento, porque temos a obrigação de sermos felizes...
De qualquer forma a poesia não se comenta pelo conteúdo em si, a alma, o sentir que está lá e que tem sempre a beleza da criação do momento, essa beleza existe aqui numa forma que o autor encontrou para nos trazer a mensagem do seu desassossego.
Beijinhos para ti.
Branca
Beijinhos.
Branca
Bom dia!
Ainda que seja dor sentida
de um momento vivido
damos licença poética
para alma de artista
que caminha sempre sobre o fio tênue
da vida e morte
pois na vida tudo tem um fim
e tudo pode começar de novo,
novo.
Abraços e um bom final de semana a vc Ana
Viver é infelizmente um hábito, uma rotina, bom seria que conseguissemos viver cada novo dia com uma esperança renovada, como algo que sabemos que nunca mais se repetirá e que portanto deve ser usufruido em toda a sua plenitude.
Bom seria...
Um beijinho amigo.
Um beijinho.
Gostei do poema.
QUERIDA AMIGA
venho desafiar-te a espreitar os meus blogues;
num deles há um "Enigma" para decifrar e no outro "Momentos Perfeitos" da viagem de cruzeiro.
Beijos.
Ou pelos dias que ainda nos sobram - e são tantos...
:))
Beijinho, Ana
. por alguns dias .
. o conceito de um silêncio de dentro .
. "amei.de.amar"
. beijos mil, Ana .
*
como é bom,
aqui vir,
todos os dias . . .
,
conchinhas coloridas,
,
*
conseguir despertar a vontade de viver a cada dia que se inicia (o que, às vezes, é difícil).
beijos. gostei do poema.
:D Que forma interessante de colocar as coisas... mas ainda bem que a noite aconteceu... permitiu-nos descansar, nem que seja apenas por ser diferente do dia; é tão boa e tão rara a sensação de pular da cama para fora com vontade de viver o dia... mas aconteceu-me tantas vezes quando era criança... que não consigo ter sossego enquanto não reencontrar esses momentos e os multiplicar; e os tornar uma constante...
É por essas e por outras que não janto... ou, pelo menos, aquilo que como à noite tem de ser algo que me alimente e mate a fome, porém, me faça sentir não ter comido nada... :)
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