Para ti, Jota
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Como homenagem a mais um amigo que partiu.
A ti, que me ajudaste a ver a beleza das palavras que salvam... como a Poesia e a Amizade.
Até sempre, Poeta.
14 Comments:
Hoje, o meu comentário é bem curto:
"Faz feliz a parte de Mim que és tu!", que talvez queira dizer: "Ana, faz Deus feliz!"
No meu sítio, tentarei explicar!...
Não conhecia o site.
A liberdade da net é algo único, a preservar. Permite que conheçamos escritas que de outra forma não seria possível.
Um beijo
Daniel
QUERIDA ANA
através de ti cheguei lá e...o Jota faleceu dia 23 de Dezembro.
Imagino a tristeza da família mesmo em vésperas de Natal...
Obrigada por divulgares um belo lugar de poesia.
A vida é mesmo tão curta!!!
Beijos de saudades.
a morte rouba da gente
aqueles que tanto que amamos
mas a vida conosco continua
e nela, eles estão.
deixo apenas um abracinho apertado nesta hora de profunda tristeza.
ana, minha doce menina, saudades de ti também, saudades de te ler, saudades desta encosta do mar
lia o Jota, saudades do poeta que vive nas palavras, na poesia e na amizade
uma homenagem bela, com um excelente poema de O'Neill
hoje abraço-te ternamente doce ana
lena
Um amigo que parte é mais um amigo que entra na Unidade. Um amigo que vai redescobrir a sua Luz; um amigo que ascende à sua dimensão superior; um amigo que se liberta, finalmente!
Mas que deixa o nosso convívio, que deixa dor em familiares e amigos, e que deixa um trabalho para recordarmos a sua permanência entre nós...
Das mil e uma "coisas" que ele fez e deixou, calhou-te a ti um bocado: foi ele que te ajudou a ver a beleza das palavras que salvam...
Poderia "corrigir" Alexandre O'Neill e finalizar: "Abraçados com a morte"!...
Até sempre, aos que estão e aos que, de novo, iremos encontrar, um dia...
Dei por mim a pensar que já ri com vontade, já nadei até perder o fôlego, já chorei até adormecer e acordei com o rosto cheio de marcas que tentei disfarçar com água e cremes, que já falei sozinha com o espelho, que já quis ser médica, escritora, actriz ou pintora.
Dei por mim a pensar que já fui criança que joguei às escondidas, inventei amigos, já andei à chuva e senti-me livre. Já estive até altas horas da noite a fazer confissões aos meus amigos ou a ouvir as deles.
Dei por mim a pensar que já rimos e chorámos juntas… dei por mim a pensar que já confundi sentimentos e segui talvez pelo atalho mais complicado e nele caminhei pelo desconhecido…já chorei a ouvir músicas, já tentei esquecer pessoas mas conclui que essas são as mais difíceis de esquecer...
Bom fim de semana.
Beijo.
Nota:tenho saudades tuas!!!
Derixo um beijo
Regresso para sentir o prazer de te ler.
bj
Gui
Coisasdagaveta.blogs.sapo.pt
As partidas são sempre dolorosas e estas muito mais.Rasgam-nos as entranhas, despedaçam-nos a alma, deixam-nos o coração a sangrar.
Mas a lei da vida é esta. Felizmente ou infelizmente. Talvez o saibamos um dia.
Beijinhos
Percorrer esta merecida página não é uma imposição, mas, tão-somente, um prazer lúdico, para ver a elegância, qualidade, de braço dado com a noção de estética e bem-fazer. Afinal, tenho a sorte de puder apreciar e visitar este agradável blogue. Óptimo fim-de-semana.
Um poema comovente para um amigo que parte.É assim a vida. Feita de alegrias e tristezas. Mas há partidas que podem ficar para mais tarde. Muito mais!
Beijinhos
Pois é, Ana! Mais um amigo nosso que, tão cedo, terminou esta viagem terrena que, já por si, é tão curta...
Resta-nos a doce recordação da bonomia e amizade do Jota e os fabulosos momentos que todos nós partilhámos. Ele ajudou-nos, de certo modo, a (re)viver... essa lhe devemos.
Um beijo para ti, mANA
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