Segredo
Noite suspensa (Carmo Pólvora)
Esta noite morri muitas vezes, à espera
de um sonho que viesse de repente
e às escuras dançasse com a minha alma
enquanto fosses tu a conduzir
o seu ritmo assombrado nas terras do corpo,
toda a espiral das horas que se erguessem
no poço dos sentidos. Quem és tu,
promessa imaginária que me ensina
a decifrar as intenções do vento
a música da chuva nas janelas
sob o frio de fevereiro? O amor
ofereceu-me o teu rosto absoluto,
projectou os teus olhos no meu céu
e segreda-me agora uma palavra:
o teu nome - essa última fala da última
estrela quase a morrer
pouco a pouco embebida no meu próprio sangue
e o meu sangue à procura do teu coração.
Fernando Pinto do Amaral
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8 Comments:
Querida Ana
Sorrir num sonho à noite, expressando desejos do coração...
Um beijo
Daniel
Belo post!
Visito com agrado esta tua página, e ainda aprendi um "segredo" com este poema. Bom fim-desemana para ti.
' Quem és tu,
promessa imaginária '
Uma interrogação ?!... A vida em sim é uma promessa, não imaginária, mas sim real, só que não sabemos quando é que a promessa está concluída (paga), pois a mesma é paga com a própria vida.
Fica bem.
Manuel
Um poema lindo! Vale a pena ler, reler e sonhar.
Beijos
Segredos e sonhos num poema iluminado.
Em cada verso, um segredo que descobrimos em nós, como se as palavras se tornassem fontes vivas, na memória daquilo que somos...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
tantas noites..........
belo. adorei ler
jocas maradas
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