segunda-feira, outubro 12, 2009

Do amor

Foto daqui



Esta vista de mar, solitariamente,
dói-me. Apenas dois mares,
dois sóis, duas luas
me dariam riso e bálsamo.
Arte na natureza pede
o amor em dois olhares.




Fiama Hasse Pais Brandão
(in As Fábulas)


.

14 Comments:

Blogger Maria said...

Provavelmente os dois olhares vêem o mar de duas maneiras diferentes. Como o sol ou a lua.
Acredito que cada um de nós vê o mesmo mar diferente, conforme o amamos mais ou menos.

Um beijo

2:19 da manhã  
Blogger Carlos Machado Acabado said...

A Fiama!...
Que saudades eu tenho do tempo em que a Fiama, o Gastão, o Ruy Belo, a Luísa Neto Jorge, o Prado Coelho filho (mauzinho, como poeta) a Teresa Horta ou o Herberto (o visionário Herberto!) eram o futuro da Poesia em Portugal!...
E o Estêvão Sasportes, o Figueiredo Sobral, o Salazar Sampaio, o Prista Monteiro, a Fiama, outra vez, ou até (imagine-se!) o Artur Portela (filho) eram o do Teatro!
Eu lia-os excitado no velho "Letras e Artes" que custava "25 tostões" quando um jornal diário custava 8 (!) sempre em busca da última ousadia formal ou da mais recente "profanação" aos cânones!...
Era num tempo em que ainda se publicava entre nós Poesia e os supermercados vendiam arroz e fejão e não enormes "tijolos" coloridos, simulacros de literatura que se compram para ler (ou fingir ler) na praia...
Então, a pouca literatura com interesse entre nós desempenhava ainda, com o podia ou a deixavam, o seu papel social, outrora capital, de agitadora que hoje naturalmente perdeu porque, exactamente, ao contrário, aquilo que as elites nacionais pretendem hoje é muito mais (é, de facto!) um lugar no sistema de poder e não de fora onde pudessem questioná-lo operando como uma consciência crítica dele
Enfim... modos de estar na História!......

5:12 da tarde  
Blogger Eu said...

O amor requer olhos nos olhos... e a falta deles dói!

Um beijo carinhoso e com saudades!

7:11 da tarde  
Blogger Memória transparente said...

Mais uma excelente escolha.

Beijinho, Ana

9:29 da tarde  
Blogger Ana Echabe said...

A sincronia da natureza
Faz de um todo
Completo,
Ainda que se pareça
Momentaneamente só

Este poema me lembra um pouco Hai kai,
Gosto desta leveza e a sutileza da dor humana.
Beijos e uma ótima semana a vc Ana.

9:40 da tarde  
Blogger Maré Viva said...

Mas contemplar este mar, este sol e este céu, para mim já é um bálsamo, sou mais fácil de contentar...

Sempre belo, o teu espaço.

Beijinhos.

7:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

poema poderoso e belo. sensível, como és, Ana. beijo.

1:19 da tarde  
Blogger MARIPA said...

"Do amor"...do [a]mar...do mar.

Sempre a ternura na partilha das palavras,do poema.

Beijo,Ana.E o meu carinho.

8:58 da tarde  
Blogger tulipa said...

Nesta estação de Outono relaxe e retempere forças!
As alterações climatéricas (quais…) temos tido verdadeiros dias de Verão… influenciam o estado da nossa saúde, ao nível das mais diversas doenças.

Bela a poesia escolhida para partilhares connosco.
Obrigado.

Nos meus blogues falo de cinema (uma comédia romântica)e faço um desafio. Será que posso ver o que vês da janela do teu quarto?
Eu mostro o que vejo, sinto uma paz tão doce.

Beijinhos.

1:04 da manhã  
Blogger . intemporal . said...

. a.penas a voragem da dualidade latente .

. a.penas .

. um beijo abraçado .

12:21 da tarde  
Blogger poetaeusou . . . said...

*
dois olhares
o teu e o da Fiama,
,
brisas serenas, deixo,
,
*

9:19 da tarde  
Blogger Spiritual said...

É capaz... mas nesse caso esses dois tudo devem estar dentro de nós... pois a Natureza não pede nada que não esteja dentro de nós... :)

4:24 da tarde  
Blogger PAS[Ç]SOS said...

É verdade, mas o mar enamorou-se pelo sol ao nascer do dia. Quando este se foi deitar o mar não resistiu aos encantos da lua e... enamorou-se de novo. Só o sol e a lua não se assumem como amantes, em que a luz de um na outra penetra.

9:18 da tarde  
Blogger paulo da ponte said...

Estou a ler a "Obra breve".

10:54 da tarde  

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