O amor aumenta
o amor aumenta com o amarelecimento do linho
maior quietude rodeia agora a casa lunar
soçobram do fundo dos espelhos submersos os instrumentos
de muitos e delicados trabalhos
repousam sobre a erva para sempre
só o desejo dalguma eternidade despertaria o terno arado
mas a vida tropeça nos húmidos grãos de terra
as selvagens flores afligir-te-ão o olhar
por isso inventaremos o necessário ciclo do outono
a noite dilata a viagem
pressentimos a nervosa luta dos corpos contra a velhice
mas nada há a fazer
resta-nos descer com as raízes do castanheiro
até onde se ramificam as primeiras águas e se refaz o desejo
as bocas erguem-se
procuram um rápido beijo no éter da casa
Al Berto
(in Trabalhos do Olhar)
4 Comments:
Saudades da tua Encosta querida Dina!...
Beijos!
AL
um beijo etéreo à encosta
isabel :)
*
Al Berto, sempre.
um dos meus escolhidos,
no dia mundial da poesia !
parabens !
,
vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer - vai por esse campo de crateras extintas - vai por essa porta de água tão vasta quanto a noite !
in-al Berto,
,
conchinhas, muitas !
*
Deste belo poema fica-nos um sentimento de impotência, abertamente expresso no verso "mas nada há a fazer"...mas nem sempre a vida nos mostra o seu lado lunar.
Beijos.
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