segunda-feira, agosto 08, 2005

Com licença poética


Foto de Luis Lobo Henriques aqui



Quando nasci um anjo esbelto
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.


Adélia Prado

5 Comments:

Blogger Dilbert said...

Esta foto é lindíssima Ana... uma boa escolha para o poema de Adélia Prado... Beijinhos e inté já...

10:37 da manhã  
Blogger murmurio do silencio said...

é a 1 vez que venho, mas virei muitas mais. fostei bastante das escolhas poeticas ( especialmente do poema do "poetinha" Vinicius) e das fotos ( especialmente a da escada.)


beijo

2:27 da tarde  
Blogger Conceição Paulino said...

delicioso poema k me deixou um doce e grato sorriso. Bjs e ;)

3:53 da tarde  
Blogger in_finito said...

Um poema de uma mulher de fibra, aparentemente! Gostei. Tens sempre belas escolhas, Ana.

8:08 da tarde  
Blogger Cristina said...

Olá Ana,

Hoje voltei a trabalhar, e estou cansada, mas ao ler o teu poema, colocastes um sorriso no meu rosto...muito lindo

:)
Beijinhu

1:16 da manhã  

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