A recusa das imagens evidentes
La page blanche (Magritte)
Há noites que são feitas dos meus braços
E um silêncio comum às violetas.
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.
Há noites que levamos à cintura
Como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à baínha dum cometa.
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.
Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto;
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.
Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esferas
Os astros que se olham de perfil.
Natália Correia
8 Comments:
Ando com sorte!
Cheguei aqui através do projecto que substitui o Convento. Ainda bem.
Inté,
K Popper
olha o meu amigo Popper passou por aqui!!!
Fez bem.
Sugiro uma ida ao parque mayer ver "A Revista é Liiinda" onde é feita homenagem a Natália Correia.
Olá Amiga Ana,
desta vez perdi o teu «post» de dia 11, mas estava no Porto numas mini-férias, e hoje cá estou para comentar este belo post, a imagem é simplesmente maravilhosa, não tenho palavras para a descrever, adorei.
Sobre o poema da Natália Correia, que poderei dizer...???
Não conhecia nada da sua obra, é a 1ª vez que leio um trabalho dela, mas esta quadra tocou-me profundamente:
Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.
OBRIGADO por me teres dado a conhecer algo da sua obra. Gostei.
Não te tenho visto pelo meu kalinka, sinto saudades tuas lá...
Sabes que estive na apresentação do novo livro de poesia do amigo Albino, na Fnac do Gaiashopping, olha, foi mesmo uma decisão de última hora e adorei.
Beijokas desta tua Amiga.
Oi Ana!
Passei para te dar um Olá e um smile :)
Bjs
Bin
vir aqui sempre me alimenta. e tenho fome.
Tenho saudades de noites bonitas... daquelas, que limpam memórias, que bebem ternura e se amam de devagar até à loucura...
Bem Haja Ana por este poema. Soube-me bem... Lindíssimo.
Beijinhos
mARio
Vou fazer uma pausa durante as Festas. Do coração desejo-te um Feliz Natal e um óptimo ano de 2006.
Beijinhos, Ana.
Olá
Lindo poema da Natália Correia com uma linda imagem.
Gostei
Muitos beijinhos
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