Baixo-relevo
Foto de João Tomás aqui
Dentro de um secular sossego
nós somos
a escultura de amanhã
(trilhos de formiga
descem no cabelo
patinado de pó o coração)
Tu e eu
só estátuas de amanhã
Não temos na mão a flor
um livro uma espingarda
uma cadeira gasta onde morrer
E sem o monstro gótico apunhalado aos pés
(Todos os sonhos são de pedra ou bronze
não os meus de palha ou papel)
Tu e eu
baixo-relevo
vendidos tocados expostos em vida
perseguidos pelos milionários
e pelos mortos talvez que invadiram já
o pedestal das estátuas
Tu e eu
elípticos de sexo
ontem gritada no teu peito
hoje secreto no meu ventre
deserdados da sombra
já sem gesto
escultura de amanhã
Luiza Neto Jorge
6 Comments:
Ana, palavras tão sábias, simples silhuetas na areia (gosto do "S"). Bjs
Tenho o meu primeiro livro à venda no meu blog. Que tal uma visita?
"Tu e eu
só estátuas de amanhã
Não temos na mão a flor
um livro uma espingarda
uma cadeira gasta onde morrer
E sem o monstro gótico apunhalado aos pés
(Todos os sonhos são de pedra ou bronze
não os meus de palha ou papel)
Tu e eu
baixo-relevo
vendidos tocados expostos em vida
perseguidos pelos milionários
e pelos mortos talvez que invadiram já
o pedestal das estátuas
Tu e eu
elípticos de sexo
ontem gritada no teu peito
hoje secreto no meu ventre
deserdados da sombra
já sem gesto
escultura de amanhã"
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***************************BELO!
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MEU ABRACO E MEU CARINHO AQUI FICA!
Heloisa.
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Parabéns pelo blog!
Beijinhos.
ai, ando louca por um livro dela, mas aqui não tem, pode?
obrigada por mais este poema: mais um pra minha parca coleção. ;)
um beijo grande. daqui.
Sempre tu e eu... :)
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