segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Sem que soubesses


Foto de Mamz Hu
(www.onexposure.net)


Eu cantei este amor sem que soubesses.
Falei de ti com as palavras mais limpas,
viajei (sem que soubesses) no teu interior.
Fiz-me degrau para pisares, mesa para comeres,
tropeçavas em mim e eu era uma sombra
ali posta para não reparares em mim.

Andei pelas praças anunciando o teu nome,
chamei-te barco, flor, incêndio, madrugada.
Em tudo o mais usei de parcimónia
a que me forçava aquele ardor exclusivo.

Hoje os versos são para entenderes.
Reparto contigo um óleo inesgotável
que trouxe escondido aceso na minha lâmpada
brilhando ( sem que soubesses) por tudo o que fazias.



Fernando Assis Pacheco
(in Cuidar dos vivos)


.

21 Comments:

Blogger Mare Liberum said...

Gosto muito de Fernando Assis Pacheco. Quer da sua poesia quer da prosa. Um homem apaixonado e apaixonante.

Bem-hajas, encosta amiga, por no-lo teres trazido hoje.

Mil beijinhos

Bem-hajas!

7:13 da tarde  
Blogger Amaral said...

Um cantar de amor não denunciado...
Um amor escondido de palavras furtivas, que se soltam em versos, que se iluminam com as sombras da noite...

7:38 da tarde  
Blogger poetaeusou . . . said...

*
encostado
ao meu olhar
reli F. Assis Pacheco,
obrigado ana,
,
com o vocabulário da tua nudez,
tenho um pensamento despido,
,
in-Fernando Assis Pacheco
,
Brisas serenas, deixo,
,
*

8:45 da tarde  
Blogger Maria said...

Gosto de Assis Pacheco, tão pouco divulgado na blogosfera...
Obrigada por o trazeres aqui, Ana.

Beijinhos

9:24 da tarde  
Blogger Isabel José António said...

Querida Amiga Ana,

Muito obrigado por nos ter lembrado do inesquecível Fernando Assis Pacheco.

Este grande homem das letras (prosa e poesia) com uma criatividade incrível e inesgotável, tem sido dolorosamente ostracizado, vetado e silenciado.

Infelizmente é assim o panorama cultural português.

Um grande abraço

José António

9:54 da manhã  
Blogger De Amor e de Terra said...

Há tantas maneiras de cantar o AMOR!...
Assis Pacheco tem a sua, diferente na forma mas intensa e bela.

Beijo

Maria Mamede

6:22 da tarde  
Blogger MARIPA said...

Amor aceso cantado de forma pura...por um poeta nascido na minha terra.

Seu pai foi meu médico era eu uma menininha.

Beijo carinhoso,Ana.

6:56 da tarde  
Blogger Cadinho RoCo said...

Se o óleo é inesgotável assim deverá ser o lume alimentado por ele.
Cadinho RoCo

8:38 da tarde  
Blogger ~pi said...

como se fosse segredo

cantar-amar-segredar,

seilá-talvez,




beijo





~

9:45 da tarde  
Blogger tulipa said...

AMIGA
Peço desculpa da minha falha, mas...só hoje com um pouco mais de tempo para visitar os amigos da blogosfera vejo que no dia 8 de Fevereiro este cantinho fez 4 anos de existência e partilha de emoções e de vivências.
Tenho acompanhado esta viagem e acabei por te conhecer e somos amigas, obrigado por cruzares o meu caminho.
Sobre a minha ausência, penso que sabes ser uma situação forçada pelo meu novo estado de funcionária que regressa ao activo e acabaram-se os dias e dias à boa vida...não era bem assim, mas tinha todo o tempo do Mundo.

Beijinhos e votos de boa semana.

2:12 da tarde  
Blogger Pedro S. Martins said...

O aceso e eterno cuidar.

3:58 da tarde  
Blogger Maré Viva said...

Belíssimo poema que veio de encontro ao meu sentir de hoje, nesta 4ª feira de cinzas.
Obrigada por me teres dado a oportunidade de o ler.
Beijos.

7:07 da tarde  
Blogger Sonhos e Devaneios said...

viajei (sem que soubesses) no teu interior. ,muito interessante isso...as vezes nos deixamos viajar...viajar..beijos joao

10:10 da tarde  
Blogger APC said...

eis as viagens dos amores, Ana! O Assis Pacheco, é infelizmente, pouco divulgado.
Já te devia a visita há muito. Perdoa-me também as ausências.
Um dia volto a escrever num blog. Só não sei quando.
Gosto-to amiga

11:20 da manhã  
Blogger pico minha ilha said...

Um belo cantar ao amor.Não conhecia Fernando Assis, obrigada por partilhar.Beijinhos e obrigada

4:47 da tarde  
Blogger Lmatta said...

Belo poema
beijos

5:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ana, que lindo! Gosto muito de ler Fernando Assis Pacheco.
... Ai, o amor...

Deixo-te com outro grande senhor da poesia: Eugénio de Andrade

"Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei às romãs a cor do lume."

:) Beijos, Jo Afonso
 

11:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

poesia de grande beleza, apaixonada, como apaixonante é a sua escrita. belíssimo poema. beijo e feliz fim de semANA.

2:09 da tarde  
Blogger A.S. said...

Belo Poema Ana!

O óleo da lampada do amor, é inesgotável, quando se transforma em poesia!...


Um beijo!

2:30 da tarde  
Blogger Maré Viva said...

Voltei a ler, voltei a encantar-me...

Beijinhos.

2:36 da tarde  
Blogger Aníbal Duarte Raposo said...

Belo este poema de Assis Pacheco.

Bjs

4:57 da tarde  

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