Sótão
Foto de Simona Carli
Por interstícios das malas abertas de quando éramos
crianças gritam as bocas sem nenhum eco
das bonecas. Criaturas fictícias, escalpelizadas
e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal
lugar do coração está ainda a palpitar.
O bojo do peito de celulóide, como o meu,
pede-nos perdão pela saudade que nos devora.
Fiama Hasse Pais Brandão
(in Cenas Vivas)
.
Por interstícios das malas abertas de quando éramos
crianças gritam as bocas sem nenhum eco
das bonecas. Criaturas fictícias, escalpelizadas
e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal
lugar do coração está ainda a palpitar.
O bojo do peito de celulóide, como o meu,
pede-nos perdão pela saudade que nos devora.
Fiama Hasse Pais Brandão
(in Cenas Vivas)
.
9 Comments:
Escalpelizando a memória. Não conhecia. É lindo!
Saudade dos corações que ainda palpitam nas nossas lembranças.
Muito lindo.
Um beijo.
Poema que não conhecia e veio de encontro à fase da minha vida, que agora mais me procura.
Bj
Manuela
*
sótão
o disco rígido da memória,
,
imemoriais marés, deixo !
,
*
Desejo-lhe um bom Fim de Semana.
Beeijocas
Magnífica escolha, Ana. O teu espaço é um verdadeiro local de encontro de belas palavras. [E algumas tão pouco conhecidas e divulgadas!]
O meu 'palco' resiste sempre... mesmo quando as razões para o 'encerrar' são tão fortes :).
Um beijo de carinho para o teu domingo.
Querida Ana
Também, às vezes, a saudade me asslta, mas logo acelero no caminho...
Um beijo
Daniel
de quando éramos
crianças
............
E será que não somos sempre crianças ?!...
------
Felicidades.
Manuel
Querida Ana...
No peito vazio, acontecem ainda todos os sonhos, todos os desejos, os mais doces amanheceres!
BjO´ss
AL
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