Apenas um cigarro
Foto de Jovan Miric
As palavras são as mesmas
mas deixei de saber o tempo
para chegar a ti
durante meses e meses
tinha perdido o hábito
as histórias que de noite sonhas
o evidente esplendor que depois
não tomou nenhuma forma
que razão é a deste amor
que tanto se confunde
com o medo
não dizias nda
tinhas de repente uma pressa desesperada
como quem do mundo inteiro
pretendesse apenas
um cigarro
José Tolentino Mendonça
(in De igual para igual )
As palavras são as mesmas
mas deixei de saber o tempo
para chegar a ti
durante meses e meses
tinha perdido o hábito
as histórias que de noite sonhas
o evidente esplendor que depois
não tomou nenhuma forma
que razão é a deste amor
que tanto se confunde
com o medo
não dizias nda
tinhas de repente uma pressa desesperada
como quem do mundo inteiro
pretendesse apenas
um cigarro
José Tolentino Mendonça
(in De igual para igual )
7 Comments:
Gosto de poesia, gosto do teu blogue e gosto deste poeta porque foi aqui que o fui conhecendo. Bem-hajas!
"que razão é a deste amor
que tanto se confunde
com o medo"
Quando amamos verdadeiramente cegamos e nem o medo nos faz ver de forma racional.
Beijinhos
Ana,
Soube-me bem neste entardecer de domingo partilhar contigo este poema!...
Um beijo grande!
AL
Parabens pelo teu blogue, pela escolha criteriosa das composições e dos poetas. O Tolentino e o Ruy Belo seriam escolhas minhas concerteza.
E deste poema que tanto me disse, sublinho a última estrofe:
"não dizias nda
tinhas de repente uma pressa desesperada
como quem do mundo inteiro
pretendesse apenas
um cigarro"
Um abraço de carinho.
Minha querida Ana, bom dia.
Que beleza minha amiga o que me dá este poema, beleza triste é certo, mas BELEZA.
Obrigada pela partilha.
Bjs.
M.M.
Olá querida Ana! Como sempre, mais um requintado poema.
Nunca li nada deste poeta, pelo que li, aposto, ser um poeta de mão cheia.
Excelente escolha.
Uma vénia para os dois.
Bem haja por o partilhar.
Bjito e uma flor.
abraço :)
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