sexta-feira, julho 15, 2005

A casa estava silenciosa e o mundo estava calmo


Foto de Nuno Teles aqui


A casa estava silenciosa e o mundo estava calmo.
O leitor tornou-se o livro; e a noite de verão

Foi como a existência consciente do livro.
A casa estava silenciosa e o mundo estava calmo.

As palavras eram proferidas como se não houvesse livro,
Excepto que o leitor se inclinava sobre a página.

Queria inclinar-se, queria muito acima de tudo ser
O académico para quem o seu livro é a verdade, para quem

A noite de verão é como uma perfeição de pensamento.
A casa estava silenciosa porque tinha que estar.

O silêncio era parte do sentido; parte da mente:
O acesso da perfeição à página.

E o mundo estava calmo. A verdade num mundo calmo,
No qual não há outro sentido, ele próprio

É calma, ele próprio é verão e noite, ele próprio
É o leitor inclinando-se tarde lendo ali.


Luís Quintais

4 Comments:

Blogger Vênus said...

Silencioso calmo,terno e belo...
Um momento de suavidade e beleza!
Bom final de semana!
Beijos :)

5:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Silêncios semibreves também são as palavras de muitos livros. Genuínos são os que habitam os livros e para quem o silêncio é a soma de todas as coisas.

Não conhecia este poeta Ana. Bem Haja!

beijinhos
vento

4:30 da tarde  
Blogger sotavento said...

O mundo calmo?!... :)

9:33 da tarde  
Blogger Dilbert said...

Que bom ler esta calma e paz depois da semana atribulada que tive...
Bom fim de semana, beijokas e até já...

11:33 da tarde  

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