Subúrbio
Nos subúrbios de Inhambane...
Onde há casas menores com portas abertas
por sobre os espaços que a luz orna
entre as palmeiras
e vultos que amanhecem envoltos
em lençóis que a noite suja escorreu
a manhã pousa
nos pulsos das mulheres que se elevam com ela
e meninos negros alteiam-se
no flanco das mães
de olhos que a esperança já estria
Os comerciantes assoam-se
de varanda para varanda
retribuem devagar a amizade
Que os meninos trazem para fora
das tarefas diárias
as luas carcomidas no sítio das fogueiras
enfiadas murmuramente em seus colares.
Sebastião Alba
(in O Ritmo do Presságio)
Dinis Albano Carneiro Gonçalves nasceu em Braga em 1940, e aí faleceu em 2001. Viveu largos anos em Moçambique, onde publicou "O Ritmo do Presságio" e " A Noite Dividida".
10 Comments:
Trazes-nos poetas que têm no corpo a alma da terra africana. E os seus poemas são pedaços desse sentir, desses sons, desse aroma que, segundo dizem, quem os toma, jamais os esquece.
Beijinhos mil para a encosta da doce Ana.
Este comentário foi removido pelo autor.
Sebastião Alba consegue escrever com tal poeticidade e beleza sobre uma realidade social, não deixando de estar atento aos problemas da mesma («casas menores», «que a noite suja/ escorreu», «a esperança já estria».
*
entre as palmeiras
*
Vejo as fotos e leio-te....
.... e fico com uma enorme vontade de marcar viagem.....
Eu aviso, quando for...
Beijos
Ao ler este poema, podemos imaginar que estamos olhando um quadro.
Felicidades.
Manuel
Oi,
:)
Belissimo teu espaço!
Com coisas preciosas.
Bom fim-de-semana :)
abraços...
Querida Ana
Continuas a espalhar Moçambique por aqui... sensações que todos gostaríamos de sentir ao vivo.
Um beijo
Daniel
Ana,
Venho retribuir o beijo que deixou para mim, na Sophiamar.
Muito Obrigada!
Agora que conheço o seu sítio, vou voltar.
Beijinhos
Ana,
Vim agradecer a visita
Deixo-te um doce abraço
(a)braços :)
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