segunda-feira, fevereiro 22, 2010

A magnólia

Foto de Joan Kocak aqui



A exaltação do mínimo
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu esplendor

Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora -
necessária e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala -

A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdida na tempestade,

um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim



Luiza Neto Jorge
(in O seu a seu tempo)

.

12 Comments:

Blogger Maria said...

Hoje sinto-me oca. Há imagens que ferem e não se conseguem esquecer. Oca, dizia, é como me sinto. Vazia. Mas com capacidade de apreciar este belo poema que aqui deixas. Nem sei se é o tempo das magnólias...

Um beijo, Ana.

12:38 da manhã  
Blogger vieira calado said...

Belo poema!

Bjs

12:40 da manhã  
Blogger musicaquatica said...

magnólia ou rajar de luz que são os poemas de Luiza Neto Jorge.

Obrigada! :)

7:51 da manhã  
Blogger hfm said...

Dos mínimos que são máximos!

8:18 da manhã  
Blogger poetaeusou . . . said...

*
a tua escolha merece
multicloridas magnólias,
,
um mar de cnchinhas,
deixo,
,
*

9:58 da tarde  
Blogger Branca said...

Olá Ana,

Além da bonita fotografia gostei imenso do poema, onde se proclama a exaltação do simples e do mínimo, a glória e a felicidade do ser e não do ter.
Beijinhos.
Branca

10:52 da tarde  
Blogger Daniel Aladiah said...

Querida Ana
A propósito da magnólia, foi o único filme até hoje em que saí a meio, e é filme premiado, que terei perdido?
Um beijo
Daniel

12:44 da manhã  
Blogger © Maria Manuel said...

belíssimo poema, Ana! sempre óptimas escolhas para partilhar connosco :)

beijinho.

1:17 da tarde  
Blogger São said...

Não conheço muito bem a obra da autora.
Obrigada.

Tudo de bom.

3:11 da tarde  
Blogger A.S. said...

Quando escrevo
uma magnólia estende sobre as palavras a tua sombra...
toco na sombra,
como se tocasse na tua mão...

EUGÉNIO DE ANDRADE


Beijos meus Ana!
AL

7:26 da tarde  
Blogger tulipa said...

OLÁ ANA

Neste momento tenho dores na alma, tu sabes como tem sido difícil a minha vida, mas...lendo-te, sentindo-te por perto, algumas dores vão aliviando.

Não serão estas dores de quem ama a escrita, todas iguais?
E, as dores de quem ama alguém, serão mais acutilantes?
Talvez...ou não!!!
Não me divido entre a poesia e o mar. Fico com os dois, preciso de ambos para respirar!

Beijos.

8:30 da tarde  
Blogger Maré Viva said...

A magnólia tão delicada, a poesia tão bela, um enquadramento perfeito tecido pelas tuas mãos de artista.
Beijos.

9:01 da tarde  

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