Eu não procuro nada em ti
Foto de Dave Nitsche aqui
Eu não procuro nada em ti,
nem a mim próprio, é algo em ti
que procura algo em ti
no labirinto dos meus pensamentos.
Eu estou entre ti e ti,
a minha vida, os meus sentidos
(principalmente os meus sentidos)
toldam de sombras o teu rosto.
O meu rosto não reflecte a tua imagem,
o meu silêncio não te deixa falar,
o meu corpo não deixa que se juntem
as partes dispersas de ti em mim.
Eu sou talvez
aquele que procuras,
e as minhas dúvidas a tua voz
chamando do fundo do meu coração.
Manuel António Pina
.
Eu não procuro nada em ti,
nem a mim próprio, é algo em ti
que procura algo em ti
no labirinto dos meus pensamentos.
Eu estou entre ti e ti,
a minha vida, os meus sentidos
(principalmente os meus sentidos)
toldam de sombras o teu rosto.
O meu rosto não reflecte a tua imagem,
o meu silêncio não te deixa falar,
o meu corpo não deixa que se juntem
as partes dispersas de ti em mim.
Eu sou talvez
aquele que procuras,
e as minhas dúvidas a tua voz
chamando do fundo do meu coração.
Manuel António Pina
.
14 Comments:
Gosto muito da Ericeira.
Gostei de estar aqui no seu blogue,
da sua poesia.
Saudações bloguistas.Irene
E quando em mim te encontras, chego a esse lugar que em mim deixaste para contigo te preencher...
Olá querida Ana,
Sempre escolhas para uma boa e profunda reflexão!
Sempre boa poesia a que nos trazes para que os momentos aqui sejam proveitosos e lindos.
Beijinhos
Branca
*
Amiga
,
procuro-me,
mas, não me encontro,
,
conchinnhas mareantes,
ficam,
,
*
lindo conjunto
beijos
Encantatório como este nosso mar!
Apenas imagino, não vejo para além do teu corpo...
Um beijo, Ana.
Gosto muito destas tuas escolhas poéticas... [adoro boa poesia].
Um beijinho e bom domingo.
[obrigada :)]
Eu sou talvez
aquele que procuras,
e as minhas dúvidas a tua voz
chamando do fundo do meu coração.
Penso que com estas palavras, nada mais há a comentar, não tão pouco a acrescer à ilustração que as antecede.
Obrigada uma vez mais,
Isabel
buscar no outro um reflexo ou um complemento de nós próprios não tem sentido de ser, tenta dizer o poeta.
gostei de ler, beijo Ana.
Boa noite Ana:)
Apesar de conhecer este poema do Manuel A. Pina, é sempre um prazer reler. Bom gosto nas escolhas, querida.
Uma boa semana
Bijnho amigo
Mergulho em ti/mim, a tentativa de separação das águas, a definição do rumo...
Excelente escolha, Ana!
Querida Ana
E todos nos projectamos nos outros, e eles em nós, qual mural de peças múltiplas de diferentes materiais, construindo a amálgama de que somos feitos.
Um beijo
Daniel
Não procurar nada no outro e no entanto o estar "entre" indefinido que define o desejo de unidade.
Saudações
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