Amar a vida inteira
Foto de Jacob Jovelou
Amo-te. Basta-me um pássaro,
uma árvore
para me transportar ao jardim
de ti - um livro, uma palavra, o peso
do silêncio
para me levarem ao poço de ti,
aos teus olhos que ofuscam
o cristal da manhã; à tua boca
aproximando-se da minha pele
como se regressasse a casa.
Cantar-te é desfazer o nevoeiro da minha vida,
desfiar uma chama, ardendo lenta,
que não se via. E basta-me um vinho
ou a tua língua
ou a memória dela
para que em mim disparem águas
trémulas - ainda são - e por isso
quando te amo
sou um pouco essa montanha que tece com o vento
uma combustão muito lenta muito paciente
como se todo o fulgor da vida
se concentrasse nos vales e nos rios do teu corpo
inesgotável. Amo-te. Basta-me
um sorriso para que se abram
veias adormecidas - um gemido,
e entro em fontes como se delas
nunca tivesse saído. Águas distantes
que me inundam.
Casimiro de Brito
Poema do seu próximo livro " Amar a vida inteira" .
Obrigada, Poeta, por partilhar comigo.
Amo-te. Basta-me um pássaro,
uma árvore
para me transportar ao jardim
de ti - um livro, uma palavra, o peso
do silêncio
para me levarem ao poço de ti,
aos teus olhos que ofuscam
o cristal da manhã; à tua boca
aproximando-se da minha pele
como se regressasse a casa.
Cantar-te é desfazer o nevoeiro da minha vida,
desfiar uma chama, ardendo lenta,
que não se via. E basta-me um vinho
ou a tua língua
ou a memória dela
para que em mim disparem águas
trémulas - ainda são - e por isso
quando te amo
sou um pouco essa montanha que tece com o vento
uma combustão muito lenta muito paciente
como se todo o fulgor da vida
se concentrasse nos vales e nos rios do teu corpo
inesgotável. Amo-te. Basta-me
um sorriso para que se abram
veias adormecidas - um gemido,
e entro em fontes como se delas
nunca tivesse saído. Águas distantes
que me inundam.
Casimiro de Brito
Poema do seu próximo livro " Amar a vida inteira" .
Obrigada, Poeta, por partilhar comigo.
11 Comments:
É um 'poemaço', Ana. Dos que arrepiam. Obrigada por o teres publicado.
Beijo.
Daqueles de cortar a respiração.
Casimiro de Brito é algarvio como eu e há muito que gosto de o ler. Transporta a poesia no sangue e lê-lo é um deslumbramento.
Beijinhos
Bem-hajas!
Olá
Não conhecia o poeta. Li, reli e gostei.
Obrigado pela partilha.
Abraço
Ricardo
Adorei este poema.
Obrigada por me dares a conhecer este poeta, um deslumbramento. Gostava de vir a ter esse próximo livro, quando sair avisa-me por favor.
Beijinhos
Branca
*
o "poemar"
de Casimiro de Brito,
parabens,
,
Peço a paz
e o silêncio
A paz dos frutos
e a música
de suas sementes
abertas ao vento
Peço a paz
e meus pulsos traçam na chuva
um rosto e um pão . . .
,
conchinhas,
,
*
*
O extracto do poema,
np andar de cima, é de
Casimiro de Brito,obvio !
,
brisas serenas,
ficam,
,
*
poema vigoroso e belo, dos mais que li nas águas da palavra. beijo, Ana.
Linda poesia!
Inspiradora
Já tem admiradora brasileira!
=)
Vim reler este belíssimo poema de amor e desejar-te bom fim de semana.
Beijos
Lindooooooooo!
Bj, Jo
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